terça-feira, 23 de junho de 2015

Boa tarde!
            Chegamos ao nosso último texto, o tão esperado texto do Freud. A leitura gira em torno de dois pontos principais: cultura e felicidade. Considero o conceito de felicidade muito complexo, pelo fato de não conseguir definir de uma forma geral, cada um é feliz de um jeito, o que uma pessoa julga ser felicidade pode ser algo totalmente contrário ao que você pensa e nem por isso ela deixa de ser feliz. Então eu pergunto, você é feliz?
           
Concordo com Freud quando ele diz que nossa própria cultura limita a felicidade, porém ele diz que é impossível alcançar a felicidade nesse mundo, é nessa parte que eu discordo. A religião também vai um pouco por esse lado quando diz que a felicidade só é alcançada após a morte, durante a vida eterna. Um problema que eu enxergo nesse ponto é que isso varia muito de pessoa para pessoa, cada um tem sua fé e crê naquilo que acha ser o certo. Freud diz que é impossível alcançar esse sentimento no nosso mundo, pois sempre existirá sofrimentos para nós aqui e jamais nos livraremos deles.
            Acho que realmente isso sempre vai existir, mas considero que é totalmente possível ser feliz com eles. Olhemos para a minha primeira postagem, quando falei do monge. Esse cara é uma pessoa que eu posso afirmar (pelo menos pela leitura do texto) que alcançou a felicidade apesar de todos os aspectos negativos que existem em nosso mundo. Basta uma pessoa ser feliz para nos mostrar que todos nós também podemos.
            Freud fala da cultura, que ela nos limita a sermos felizes e o fato de vivermos em sociedade já cria regras que impossibilitam o alcance desse sentimento. Concordo em parte, mas também é algo que é possível mudar. Podemos ser monges dentro de nossa cultura, não precisamos ir para o oriente, podemos ser diferentes aqui mesmo, apesar de ser difícil, mas ninguém disse que seria fácil, o importante é acreditar e tentar com todas as suas forças. Aquele monge do primeiro texto serve de referência para mim até hoje, pelo simples fato dele controlar sua mente, algo que parece tão simples quando falamos, mas extremamente complexo quando tentamos fazer.
            Sempre estamos correndo atrás da nossa felicidade, por exemplo, querendo passar naquele concurso, terminar a faculdade, ter nossa casa, filhos, família. Muitos dizem que por mais que atinjamos nossos objetivos sempre vamos querer mais e por isso nunca vamos ficar satisfeitos. Sim, é verdade, mas o que seria de nós sem termos sempre algum objetivo na vida? Seria uma vida vazia, tomada pelo tédio, onde já temos tudo que queremos e não precisamos correr atrás de nada, qual o sentido de viver assim? Lembrem da postagem sobre o texto, agora imaginem tal tédio para o resto de suas vidas, iríamos ficar loucos. Acho que o segredo, vamos dizer assim, em viver está na constante busca por nossos sonhos, eles nos dão sentido para viver e sem eles nada seríamos.
            O autor fala sobre o amor, outro sentimento bastante complexo que está presente na vida da maioria das pessoas, se não todas. Freud fala como se fosse algo comercial, por exemplo, você só pode dar amor para quem retribui esse sentimento. Não acho que seja bem por aí, aquele amor mais puro, sincero, muitas vezes pode não ser correspondido, porém não deixa de ser esse sentimento tão bonito, que nos faz querer o bem de alguém, querer fazer outra pessoa feliz, independente se ela sinta o mesmo por nós. Claro que a pessoa que tem seu amor correspondido é mais feliz, mas o fato de não ter esse amor de volta não quer dizer que deixou de ser esse sentimento.
            Nosso grande autor traz uma visão muito interessante a respeito da felicidade, eu discordo de alguns pontos de vista apresentados por ele, mas achei a leitura muito interessante e confessor que esperava mais, pois afinal estamos falando de Freud. Todos podemos ser felizes, basta acreditar e persistir sempre mais e mais. Foi um prazer estar na companhia de vocês, meus leitores durante esse semestre e me despeço com um até breve e um grande abraço!



Inspirado em: Freud, S (2010) o mal estar na cultura. Porto Alegre:L&PM (texto 16)

domingo, 14 de junho de 2015

Boa tarde!
            Hoje falaremos da segunda parte do texto 15. Essa parte traz partes mais técnicas do fato ocorrido, citando exatamente o que acontece no cérebro do nosso autor. O texto explica aonde ficou alojado o projétil e as consequências que isso trouxe.
            São usados muitos termos técnicos nessa leitura e acho que não cabe citar todos aqui, por isso vou focar no que achei mais interessantes e creio que vocês vão concordar. Ao dar choques elétricos no córtex visual primário do cérebro (os choques são absolutamente indolores) aparecem pontos e círculos brilhantes e traços fulgurantes diante dos olhos da pessoa e se ela levar choques no córtex visual secundário, a pessoa vê padrões complexos ou até objetos completos como árvores balançando, por exemplo. Achei legal porque dá para perceber um pouco de como nosso cérebro é complexo, ao estimular uma parte específica, somos capazes de reagir de um jeito que nem sentimos ou imaginamos.
            Se o projétil atravessar as fibras de radiação óptica e destruir nem que seja partes dela, vai ocorrer pontos de cegueira e toda uma parte do campo visual se desintegra. Isso acontece com nosso autor, a visão do lado direito fica totalmente perdida e do lado esquerdo fica muito comprometida. O texto nos mostra uma imagem de como ele enxergava antes e depois da guerra, antes era tudo nítido, claro, depois o lado direito ficou completamente borrado e o lado esquerdo distorcido. Tem uma parte que até achei um pouco engraçada, apesar de não poder rir disso, que é quando ele está andando e bate a testa na parede por ela estar do lado direito dele e a percepção dele ter sido totalmente afetada. É engraçado porque é uma coisa tão simples para nós e fica tão complexa para ele. Uma noção de distância fica comprometida, ele não sabe se está perto ou longe, se vai bater em algum lugar ou vai dar para passar.
            Já pensou não conseguir se comunicar? O texto traz um ponto interessante, a complexidade da comunicação. Já parou para pensar como o que eu falo chega até você e você entende perfeitamente? Isso é um processo complexo em nosso cérebro e ficou muito complexo para nosso sobrevivente da guerra também. Ele tinha extrema dificuldade de se comunicar e isso é mais uma coisa que é muito simples para nós.
            Uma coisa ficou intacta e foi essencial para a sobrevivência de nosso guerreiro. O terceiro bloco do cérebro, este tem a função de sustentar intenções, planejar ações e executá-las. Graças a isso, ele foi capaz de identificar que estava tendo dificuldade para lidar com o mundo e lutar contra isso. Foi essa vontade de o fez permanecer de pé e lutar contra o que ocorreu. Como foi dito em sala, a pessoa não precisa ter uma bala na cabeça para ser afetada pela guerra, reflitam sobre isso. Até a próxima! 
Inspirado em Luria, A.R. (2008) O homem com um mundo estilhaçado. Rio de Janeiro: Vozes. (texto 15)

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Boa tarde!
            Hoje falaremos do texto 15. Imagine você em uma situação de uma guerra, estilo aquelas de filme, onde vários jovens são recrutados para o exército com o propósito de defender seu país, nem que isso custe a sua vida. Imaginou? Sei que é difícil pensar em uma coisa assim, pois afinal são muitas variáveis envolvidas. Eu admito que só penso numa situação assim se for bem distante da realidade, num mundo irreal dentro da minha cabeça, do mesmo jeito que acontece naqueles filmes americanos.
            O autor do texto abordado aqui passou por essa situação e não teve um final feliz como costuma ter nos filmes. Ele foi para a guerra e foi atingido na cabeça por um projétil. O que isso trouxe a ele? Consequências que vocês nem imaginam. Antes do ocorrido citado acima, nosso autor levava uma vida normal, era estudante num instituo politécnico e esperava começar a ter alguma experiência pratica numa fábrica especializada. Ele queria uma vida como a maioria de nós, se formar, ter um bom emprego e consequentemente um bom futuro. Foi aí que veio a grande notícia, uma guerra contra a Alemanha, na qual ele teria que defender seu país a todo custo como eu disse no primeiro parágrafo. Ele largou tudo e foi deixando para trás tudo que havia conquistado e colocando em risco tudo que poderia conseguir.
            Durante uma batalha ele foi atingido na cabeça, tendo assim uma lesão grave no cérebro. Tal lesão trouxe um vazio enorme para a vida dele. Imagine você com dificuldades de pensar, isso mesmo, pensar, um ato que é tão simples para nós. Uma lesão é fatal, porém trata-se de uma fatalidade um pouco diferente. Ela pode te matar de um jeito diferente. Nosso autor era uma pessoa como nós e depois da lesão ele se tornou ninguém, não lembrava de nada, não conseguia perceber nada, tinha enorme dificuldades de lembrar de palavras, seus significados, ele não sabia mais ler.
            E agora? Ele tem que voltar a realidade, ao nosso mundo. Não conseguir identificar objetos, associar palavras a eles, tudo o que você pode pensar que é muito simples ele não conseguia fazer. Um dos principais danos causados foi a falta de percepção, você não conseguir identificar onde está sua perna, seu braço, o que é direta ou esquerda, conseguir ter noção de distância, nada, além de perder a visão do lado direito. Os sentidos foram diretamente afetados e considero esse o principal dano, pelo fato deles serem nosso elo de ligação com o mundo externo. Lembro do texto que falava do tato (uma postagem antiga), o tanto que a privação desse sentido poderia causar até alucinações no paciente do experimento.
            Não podemos esquecer o fato causador disso tudo, a guerra, o quanto que ela pode destruir a vida de uma pessoa. Por mais que pensemos em tudo, é muito difícil imaginar a dimensão dos danos que esse fato pode causar. Semana que vem falarei um pouco mais sobre as consequências disso, até a próxima!


Inspirado em Luria, A.R. (2008) O homem com um mundo estilhaçado. Rio de Janeiro: Vozes. (Texto 15)

domingo, 31 de maio de 2015


Boa tarde!
            Hoje falaremos do texto 14, a continuação do texto passado. Nessa parte a autora descreve o método utilizado em seu trabalho e nos fornece dados interessantes a respeito do uso de drogas. Foram feitas entrevistas com 15 participantes e foi encontrado um dado importante. Os relatos das entrevistas revelaram que o caminho da droga começa pela maconha e para mim faz muito sentido. Pare para pensar, com certeza você conhece alguém que fuma maconha e muito provavelmente foi essa a primeira droga que tal pessoa experimentou e também pode não ser a última.
            Muitos começam pela maconha ainda jovens. A autora mostra gráficos que nos trazem dados de início do uso da droga entre 13 e 15 anos, ou seja, quase crianças na minha opinião. Não sei se estou certo, mas considero que essa entrada precoce no mundo da droga se dá pelo fato de isso ter virado uma espécie de “moda” hoje em dia. Pare para pensar, muitos desses jovens acham muito legal usar maconha e querem ser vistos como pessoas que fumam, como se fossem diferentes, melhores que os outros por terem entrado nesse mundo. Não julgo a respeito a respeito disso pelo fato de conhecer pessoas que estão nessa situação, só acho que se a pessoa tiver um autocontrole e não fique prejudicada com o uso dá droga, não tem problema usar, porém aí está o problema, normalmente não existe esse auto controle o que faz com que a pessoa mergulhe mais fundo nesse mundo venha conhecer a cocaína, por exemplo.
            Um dado interessante trazido pela autora é a sensação que os usuários da cocaína têm ao usar a droga. Sete entre os 15 participantes falaram que se sentem poderosos. Parando para pensar isso faz muito sentido porque muitos dos usuários de droga (não apenas cocaína) se sentem inferiores aos outros, doentes, baixa autoestima e existindo algo que possa dar uma sensação de poder é perfeito, não que isso justifique a pessoa entrar nesse mundo.
            O texto traz também um estudo de caso onde um participante é convidado a participar da pesquisa e essa participação consistia em uma terapia para o participante e uma fonte de dados para o pesquisador, mas com foco na terapia. O participante foi chamado de “K” e ficou 9 meses na terapia. Gostei muito dessa parte do texto, pois acho interessantes os métodos de cuidar do paciente, ninguém merece ficar nessa vida e todos merecem uma oportunidade de sair. Foi unido o útil ao agradável, o pesquisador coletou dados e ajudou o participante e o mesmo foi ajudado fornecendo dados para a pesquisa.
            No início, “K” estava um pouco travado, falava coisas bem diretas e falava pouco, o que dificultava o tratamento, pois a vontade da pessoa em ser ajudada é essencial na terapia. Com o tempo “K” foi se soltando e fornecendo mais informações para que o pesquisador pudesse ajudar. Estava tudo indo bem, mas o participante conheceu o “G” e aí que entra um fator muito importante, o contexto. “K” normalmente usava cocaína depois do trabalho, ia para um bar com os amigos e depois utilizava a droga. É aí que surge de novo essa situação, “G” leva “K” para um bar e ele se vê diante daquela situação na qual utilizava a droga e acaba caindo na tentação.
            A maior preocupação do pesquisador era em não perder “K” para o mundo das drogas novamente e isso não aconteceu, o “K” voltou para a terapia e buscou se reerguer novamente. Mais uma vez eu repito que devemos voltar nosso foco para o tratamento dessas pessoas, pois ninguém merece ficar nessa situação. Por hoje é isso, até a próxima!

Inspirado em Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de occasion setting do contexto do uso de droga com abstinentes de cocaína: uma interface entre o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: tese de doutorado. (textos 13 e 14).

quinta-feira, 21 de maio de 2015


Bom dia!
            Hoje falaremos a respeito do texto 13, um trabalho científico a respeito do uso de drogas, mais especificamente a cocaína, o qual achei um pouco complicado de ler, mas tentarei mostrar o melhor para vocês. Chegamos em um ponto que é muito difícil, praticamente impossível as pessoas viverem sem as drogas. Sim, infelizmente chegamos a tal ponto, elas entraram nas diversas regiões do mundo de forma devastadora e criando raízes quase impossíveis de serem arrancadas. E uma linha muito pequena separa aqueles que consomem como uma recreação daqueles que então inseridos no vício.
            Alguns autores afirmam que essa dependência química das drogas pode ser originada pela ausência de uma figura paterna ou a estrutura familiar. Eu concordo com essas posições, porém eu acho que o fato individual, ou seja, os aspectos de cada pessoa vão influenciar mais ainda e principalmente o contexto no qual tal pessoa está inserida. Por exemplo, uma pessoa pode ser totalmente contra o uso de drogas, porém numa determinada situação ela pode acabar utilizando, isso pode acontecer por diversos motivos, como situações traumáticas enfrentadas pelos indivíduos, entre outras. Com base nisso, o texto teve um enfoque na cocaína, mais precisamente na adicção a droga. O que significa isso? Seria cruzar a linha entre o uso como recreação e o vício, tornar-se dependente da droga.
            Com o tempo, a tolerância a droga aumenta, ou seja, o indivíduo precisa de cada vez mais cocaína para poder sentir o prazer, o qual era alcançado de maneira mais rápida durante o começo da utilização. A adicção irá recair sobre pessoas que perdem o controle e para manter o controle, utilizam mais e mais a cocaína. O aumento progressivo na frequência e na intensidade do uso da droga caracteriza a drogadicção. É um pouco além da adicção, trata-se de um desejo compulsivo (craving). Está comprovado que a utilização da droga gera euforia, que seria o ponto “positivo”, porém traz consigo o ponto negativo que seria o desconforto por ficar sem ela.
            Considero esse assunto muito complexo e penso mais no ponto de vista de ajudar quem chegou a esses estados de adicção e drogadicção. Afinal, por mais que o indivíduo escolha entrar nesse mundo, ele não merece permanecer nele. O texto apresenta alguns métodos de tratamento, porém vou focar naqueles os quais julguei mais pertinentes. Vocês lembram dos tipos de poder abordados na postagem da semana passada? Então, enxerguei algumas formas de poder nos tratamentos para essas pessoas e vou apresenta-las para vocês.
            O texto cita um tratamento onde são dados vouchers aos pacientes, ou seja, é dado uma espécie de segunda moeda para quem obtiver resultado negativo no exame de urina realizado no final de cada semana. Esses vouchers podem ser trocados. Vejo aqui um poder de recompensa e como disse na última postagem não acho que esse seja a melhor maneira de influenciar alguém e nem como tratamento.
            É apresentado também um tratamento de dissonância cognitiva, ou seja, o próprio paciente vai reconhecer o seu erro e a partir daí é necessário desenvolver formas de tratamento para ajuda-lo e acho que essa forma se encaixa bem com a próxima que vou explicar para vocês, o tratamento das clinicas. Nesse tratamento a clínica tenta recriar uma situação onde o paciente fique tentado a usar a droga e cabe a ele resistir a essa tentação. A chave desse tratamento é a vontade do paciente, ela será determinante para o indivíduo libertar-se da cocaína.
            Por último, o terceiro tratamento que achei muito bom é o programa dos “doze passos”, segue o link a seguir para vocês lerem a respeito (Programa 12 passos). Trata-se basicamente de um encontro entre as pessoas que precisam de ajuda, onde nesses encontros os indivíduos relatam seus problemas e tentam ajudar uns aos outros. Infelizmente esse problema de drogas é muito comum e tentei explorar aqui algumas formas de ajudar essas pessoas. Até a próxima!
Inspirado em Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de occasion setting do contexto do uso de droga com abstinentes de cocaína: uma interface entre o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: tese de doutorado. (textos 13 e 14).

sábado, 16 de maio de 2015


Boa tarde!
            Hoje falaremos do texto 12 que se trata de alguns capítulos do livro: Psicologia social para principiantes: estudo da interação humana. Quem nunca julgou alguém que atire a primeira pedra. Todos nós julgamos os outros, seja por atitudes que não gostamos, seja pelo jeito da outra pessoa, da sua personalidade, sempre criamos preconceitos e julgamos alguém ser de um jeito apenas por aspectos puramente pessoais. O começo do texto trata-se disso, desse “defeito” que nós temos. O texto também mostra os tipos de poder que nos influenciam e nos fazem influenciar e um aspecto muito interessante, a dissonância cognitiva, segue um vídeo para vocês entenderem melhor(Dissonância Cognitiva). Outro que o texto trouxe é o fato de não ajudarmos os outros quando estamos em grupo, ou seja, dividir a responsabilidade, agora pare para pensar, você é o tipo de pessoa que faz isso?
            Um aspecto muito interessante que o texto traz é o seguinte: quem nunca se viu em uma situação na qual você julgou alguém por um ato que você mesmo já praticou? O problema aqui é que quando estamos falando da gente, tendemos a levar em consideração os fatores externos de nossa ação e quando trata-se dos outros ignoramos esses fatores e enxergamos somente o que achamos errado. Tenho certeza que boa parte dos leitores (cerca de 80%) já fizeram isso e muitas vezes a gente nem percebe, já é algo automático. O livro traz mais alguns pontos, porém irei focar nos apresentados a seguir.
            Vocês lembram da última postagem? Onde Stanley Milgram fez um experimento sobre a obediência, então, essa parte do texto traz o seguinte tema: “como influenciamos as pessoas ou somos influenciados por elas? ” Gostei bastante dessa parte porque traz uma questão muito legal de ser estudada. Todos nós temos poder ou somos influenciados por algum tipo de poder. E acho que por eu ser da área da Administração, é muito importante entender o comportamento das pessoas, o porquê delas agirem de tal forma e como influencia-las a mudar isso. No mundo dos negócios isso é essencial, trata-se de entender o consumidor. French e Raven nos dão seis bases de poder, são elas: poder de coerção, recompensa, referência, conhecimento, legítimo e informativo. Vamos aos conceitos de cada tipo de poder.
            O poder de coerção é aquele no qual você aplica punições nas outras pessoas, ou seja, se alguém não fizer o que você quer, esse alguém será punido por isso. Não acho esse tipo de poder muito eficiente pelo fato de que as pessoas que sofrem coerção não assimilam aquele comportamento, eles farão só para evitar alguma punição, então se o detentor do poder não estiver presente, a pessoa não vai fazer o que foi pedido ou ordenado, pois não sofrerá nada se não fizer, pelo fato de estar longe do detentor do poder. O segundo poder é o de recompensa. Esse é simples, a pessoa vai fazer o que você quer porque ela vai ganhar algo em troca e também não julgo eficiente, pois essa base se poder sempre estará atrelada a recompensa, ou seja, se você não tiver nada para dar em troca, não vai ter poder e o comportamento também não será assimilado. A terceira base de poder é a de referência. Essa base é mais eficiente, pelo fato de que eu serei influenciado por outra pessoa pelo fato de gostar dela, tê-la como uma referência.
            A quarta base é de conhecimento. Essa base é a que um médico tem, por exemplo. Você é influenciado por ele pelo conhecimento que ele possui. A quinta é o legitimo. Você reconhece o poder daquela pessoa, como um policial, por exemplo. Você será influenciado por ele pelo fato de reconhecer que ele é um agente da lei e cumpre o seu dever. O sexto e mais importante, na minha opinião, é o informativo. Nesse, a pessoa realmente vai adquirir o comportamento desejado. Nessa base, você dará informações a outra pessoa e ela vai entender o porquê de ser influenciada, a importância, ela vai obedecer porque sabe que tem que fazer isso. Agora eu faço uma pergunta, pare para pensar nos seus pais. Que tipo de poder eles influenciam sobre você?
Inspirado em: Rodrigues, A. (1992) Psicologia social para principiantes:estudo da interação humana. Rio de Janeiro: Vozes. (texto 12)

 

domingo, 10 de maio de 2015


Boa tarde!
Hoje falaremos sobre o texto 11, um experimento de Stanley Milgram, um professor-assistente de psicologia. Essa leitura é muito, muito interessante, a melhor até agora. Nesse texto, Milgram busca explicar a obediência com o plano de fundo do nazismo, querendo saber porque as pessoas obedeciam aos oficiais do exército nazista e faziam aquelas atrocidades, porém isso foi apenas um pretexto para o experimento, na verdade ele quis saber o contexto da obediência na educação.
 
Experimento de Milgram
Primeiramente, Stanley realizou o estudo na universidade de Yale, porém foi criticado pelo fato do experimento ter sido feito em estudantes, logo eles vão obedecer mais (depois da leitura você irá entender) então ele fez fora da universidade. Você deve estar se perguntando, o que foi isso que Milgram realizou? Vamos lá, o experimento consistiu em dar choques nas pessoas. Milgram criou uma situação na qual tinha um pesquisador, o qual realizava tudo, um professor, o qual daria choque nas pessoas e o aluno, o qual levava os choques. Primeiro o pesquisador fez um sorteio para ver quem seria o professor e quem seria o aluno. Depois disso eles iriam para uma sala onde havia uma cadeira elétrica, a qual o aluno sentaria e levaria os choques aplicados pelo professor. O professor falava uma sequência de palavras e o aluno deveria repetir, caso errasse levaria um choque e a cada erro a intensidade desse choque aumentava. A cada erro o sofrimento do aluno aumentava e o pesquisador falava para o professor continuar, independente do sofrimento da outra pessoa. Agora imagine você na situação do professor, sabendo que os choques poderiam chegar uma voltagem assustadoramente alta caso o aluno continuasse errando, você obedeceria ao pesquisador até o fim?
Está aí a questão do estudou, Milgram queria entender porque as pessoas obedeciam. Ele classificou os objetos de estudo em duas categorias: os desafiadores, que não obedeciam ao pesquisador e os obedientes, que obedeciam a tudo. Stanley escondeu um pequeno detalhe dos participantes, na verdade o aluno era um ator e o pesquisador também, nada daquilo era real, apenas para você, o professor.
Uma questão me chamou bastante atenção, você possui seus valores, suas crenças, sua personalidade, coisas que variam de pessoa para pessoa, e seria capaz de fazer tanto mal a uma pessoa assim? (Na teoria você fez mal para o aluno) isso levanta um ponto, a lacuna entre o que você julga ser você mesmo e o que você realmente faz. Será que você vai levar em consideração todos os aspectos que eu citei acima em diferentes situações da sua vida? Pessoas boas realizaram esse experimento e nem todas foram desafiadoras, houveram obedientes também. Acho que essa é uma questão muito boa para reflexão, pensem a respeito.
No final do texto, Milgram foi duramente criticado e uma crítica que bagunçou minha cabeça. Será que esse experimento tratou mesmo da obediência? Mas não pode ser confiança? O pesquisador estava ali falando para você continuar, logo você pensa: se ele está falando para continuar é porque eu posso continuar, se ele está falando isso é porque não vai acontecer nada de ruim com o aluno, logo você confia no pesquisador. O experimento deixou essa dúvida, será mesmo a obediência o foco?
E hoje em dia, será que as pessoas realizariam esse estudo? Milgram o fez em 1960, de lá para cá muita coisa mudou. Se sim, você seria um desafiador ou um obediente? Segue um vídeo perfeito para vocês entenderem o que foi esse experimento:

Inspirado em Slater, L. (2004) Mente e Cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro (textos 7 e 11)

domingo, 3 de maio de 2015




Boa tarde!

Hoje falaremos a respeito dos textos 9 e 10. Achei ambas as leituras muito interessantes, pelo fato da primeira apresentar a teoria e a segunda aplicar essa teoria. O texto nove fala sobre a avaliação dos alunos por meio de normas e utilização da curva gaussiana como instrumento dessas normas. Você deve estar perguntando que curva é essa? Essa curva é aquela que aprendemos em estatística, segue uma imagem para ilustrar.
Curva Gaussiana.
            De acordo com essa abordagem por normas, ela permite a comparação de desempenho entre os alunos e a partir disso surge a curva. Quem está na média de notas ficará mais ao centro, quem está fora dessa média ficará mais perto de algum dos extremos da curva. Essa abordagem só tem um pequeno problema (gigante na verdade), ela não avalia o que o aluno realmente aprendeu e sim o compara com o restante dos alunos. Um aluno que tira nota muito baixa não significa que ele não sabe a matéria, existe outros aspectos que devem ser levados em consideração, como o tempo, que é um dos principais aspectos. Já vi pessoas muito inteligentes que na hora de uma prova acaba se saindo mal pelo fato da pressão do tempo, o vestibular é um exemplo claro disso.
            Você que está lendo essa postagem agora, vai dizer que nunca conheceu uma pessoa muito inteligente em tempos de escola e quando chegou na hora do vestibular não conseguiu passar? Estudei com pelo menos duas pessoas assim e sou um exemplo disso. Lembro das provas do PAS (um vestibular dividido em partes que são realizadas durante o ensino médio) eu fui mal nas três etapas, mas no vestibular eu passei de primeira, coisa que nem eu acreditava muito exatamente por ter ido mal no PAS. Um grande amigo meu era muito inteligente, aluno de 9 e 10 e não conseguiu entrar na UnB por causa da pressão.
            Mais uma vez estamos vendo uma teoria que não leva em consideração as particularidades de cada pessoa e por isso o próprio texto 9 traz um sistema de avaliação alternativo ao por normas, que é o por critério. Do que se trata esse método alternativo? O aluno seria avaliado por tópicos, por exemplo, o professor estabelece 10 tópicos para trabalhar durante o semestre. Em cada tópico, o aluno seria avaliado sem aquela pressão do sistema por normas e ele só avançaria para o tópico seguinte após passar bem pelo primeiro. Esse método sim é eficiente e realmente avalia o que cada aluno aprendeu, tirando o fator tempo e aliviando a pressão em cima de cada pessoa. Acho que um exemplo muito claro para mim é a nossa matéria de Introdução a Psicologia, parando para pensar nós somos avaliados por esse método alternativo. Toda semana lemos os textos, fazemos entrevistas e colocamos nossa perspectiva aqui no blog, isso é fantástico. Quem faz a leitura de todos os textos de outras matérias? Eu mesmo conheço pouquíssimas pessoas e ou um exemplo de quem não lê, essa é a primeira matéria em que eu estou lendo tudo e aprendendo bastante com isso, não só pela leitura, mas também por fazer a entrevista e escrever a respeitos dos temas toda semana.
            O texto 10 mostra a aplicação e avaliação de um programa individualizado na faculdade de odontologia de Piracicaba. Esse segundo texto simplesmente mostra a aplicação da teoria do texto 9. Estudantes de odontologia passam por 17 passos e são avaliados no decorrer deles e cada um segue o seu próprio ritmo, sem pressão. Eles tinham como principal objetivo melhorar a higiene bucal das pessoas e os resultados foram satisfatórios. Seguindo esse programa individualizado, a porcentagem de pacientes que executaram os procedimentos de combate a placa dental chegou a mais de 80% e seguindo a frequência estipulada em cada plano individual dos pacientes e comparado a antes do programa, o índice de aumento foi de 69%.
            Outro fato não menos importante, a porcentagem de alunos que atingiram o critério de aprovação em todos os passos não foi menor que 70%, um número bastante alto se pararmos para comparar com o que vemos na avaliação por norma. Temos alguns problemas para utilizar essa teoria por critério, mas essa aplicação é muito relevante no nosso sistema de educação, seja público ou privado, o que mais importa é a aprendizagem de cada um e isso deve ser colocado em primeiro lugar sempre. Até a próxima!

Inspirado em Dib, C.Z. (2002). Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal? Boletim informativo do instituto de Física da USP. http://www.if.usp.br/bifusp/bifold/bif0218.html (texto 9) e Moraes, A. B. A.; Vieira, R. C.; Valvano, M. (1981) Aplicação de um curso programado e individualizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, 35, 498-508. (Texto 10)
 

domingo, 26 de abril de 2015


Boa noite!

Hoje falaremos a respeito do texto 8: A perturbadora ascensão do determinismo neurogenético, de Steven Rose. O autor vem nesse texto fazer uma crítica e deixar sua opinião a respeito do determinismo neurogenético. Você deve estar se perguntando, o que é esse determinismo? Vou tentar explicar em poucas palavras. Trata-se de uma teoria que diz o seguinte: se uma pessoa possui uma personalidade “x”, é devido a algum gene que a mesma possui, basicamente pelo que eu entendi (tive uma certa dificuldade na compreensão do texto) é isso.
 

Dia do DNA: Concurso para alunos do secundárioEu particularmente concordei muito com a crítica do autor, como ele mesmo diz, esse pensamento é tão ultrapassado, como podemos definir quem somos apenas pelos genes que possuímos? Quer dizer que se eu nascer com um gene “y” eu vou ter depressão? Não concordo com essa teoria, acho até que esse fator do gene pode até influenciar de certa forma, mas é impossível nós ignorarmos o meio social em que vivemos, as experiências que passamos no decorrer das nossas vidas.

O autor cita a violência em seu texto e isso nos leva a uma reflexão. Vou criar uma situação hipotética, digamos que você é filho de um daqueles árabes que postam vídeos executando pessoas. O fato de ser filho desse homem e consequentemente herdar sua genética, por si só será suficiente para dizer que você será violento igual seu pai? Vou dar minha resposta, acho que esse fato não é suficiente, no máximo posso dizer ele pode influenciar, mas julgo principal o convívio social.

Cada pessoa passa por muitas e muitas coisas na vida, não podemos simplesmente ignorar esse fato e atribuir tudo a genética. Do mesmo jeito do texto passado, o foco não está voltado para a pessoa. Somos muito mais do que nossa genética diz, vivemos em sociedade, passamos por diversas experiências e essas sim podem dizer quem somos e por que somos assim.

Pensando até por outro lado, se aceitássemos uma teoria assim, olha só a responsabilidade que iriamos tirar do Estado, por exemplo. O Estado simplesmente iria adotar o discurso de que se essa pessoa rouba é porque ela tem um gene que a toda uma ladra, o que nós podemos fazer? Ela nasceu assim e ponto, não podemos fazer nada a respeito. E até mesmo pelo lado da pessoa, eu nasci assim, herdei isso, o que posso fazer? Não vou mudar, se sou violento vou continuar porque eu nasci assim e pronto, culpa da minha genética. Voltando para o exemplo do árabe, você pode ser filho de um deles e ao mesmo tempo pode escolher não ser igual a eles, isso vai variar muito.

Temos que valorizar mais as pessoas e levar em consideração os aspectos de cada uma, acho que a partir daí podemos trilhar um caminho para começar a entender os seres humanos. Até a próxima!

Inspirado em Rose S. A. (1997) perturbadora ascensão do determinismo neurogenético. Ciência Hoje, 21, 18-27. (texto 8)

domingo, 19 de abril de 2015

Boa noite!
No começo dos anos 70, David Rosenhan realizou um experimento em clínicas de psiquiatria, foram recrutados 8 amigos para ajudá-lo. Do que tratava esse experimento? David queria fazer um teste, será que os psiquiatras reconheceriam os sãos em meio aos insanos? Partindo dessa pergunta, todos foram em clínicas psiquiatras diferentes com o objetivo de fingir algum problema psiquiatra e observar se eles seriam descobertos ou internados. Como eles fizeram isso? Rosenhan passou as instruções a todos e consistiam em um único fato, todos eles iriam dizer que ouviam um som e tal som dizia “tum” e a partir daí iam verificar o que aconteceria.
Pelo que eu já vi, não que tenha visto muita coisa, suspeitei que todos seriam internados e realmente foram. Todos os psiquiatras diagnosticaram algo, não necessariamente o mesmo diagnóstico foi identificados em todos, o único problema é que nenhum dos convocados possuía algo, além do “tum” que na verdade não era nada. Os nove ficaram internados durante tempos diferentes, alguns ficaram não muito e outros ficaram bastante até conseguirem mostrar que eram sãos e ainda foram liberados na condição de que não estavam 100% “curados”.
 Robert Spitzer, um psiquiatra, tentou defender a psiquiatria dizendo que não era bem assim que funcionada e criou um novo tipo de “manual” que os psiquiatras utilizavam, era chamado de DSM e funcionava como um guia onde constava vários sintomas de doenças e seguindo isso, os médicos identificavam o problema do paciente. Na época, o DSM II era utilizado, então Spitzer cria o DSM III mudando tudo e deixando-o muito mais completo, com o intuito de defender a psiquiatria que foi colocada em xeque com o experimento de Rosenhan.
Após Robert defender a psiquiatria, Lucy Schellman (um nome fictício) tentou realizar o experimento novamente, porém parece que Spitzer conseguiu melhorar sua área e ela não foi internada em nenhuma das várias clínicas que tentou, mas foi diagnosticada equivocadamente, já que também não possuía nada, e foi receitado alguns remédios.
Isso me faz refletir um pouco. Já parou pra pensar no tanto que uma internação equivocada como as do experimento podem fazer mal para alguém? Nossa mente é frágil, se formos submetidos as mesmas coisas que Rosenhan e seus companheiros foram, poucos conseguem sair do mesmo jeito que entraram, sem nenhum efeito pós internação. E o jeito que os pacientes são tratados? No próprio experimento é relatado o descaso com eles, parecem ser invisíveis ali dentro.
Outro ponto também me chamou a atenção que está ligado ao do parágrafo acima, que foi o fato do foco estar voltado a teoria e não a pessoa. Rogers, no texto 2 mostra sua teoria voltada a pessoa, ele não classifica os tipos de suicidas e sim os trata de forma igual. Acho que faltou isso na psiquiatria, posso estar errado, mas os médicos pouco se preocuparam com os “pacientes” e somente seguiam aquele manual que era o DSM e pronto, tanto que os próprios doentes internados perceberam que Rosenhan e seus companheiros eram sãos. Os internados sim prestaram atenção e perceberam que eles não tinham nada, porém essa responsabilidade é do médico, uma internação assim por trazer consequências irreversíveis na mente de uma pessoa. Quero deixar esse aspecto no meu texto, acho que falta essa preocupação com as pessoas em sim e isso é essencial para nós, seres humanos, vale a pena observar um pouco e analisar se estamos no caminho certo. É isso ai galera, até a próxima! Para quem quer saber um pouco mais, estou colocando uma reportagem que achei no site do G1 sobre diagnósticos errados:



Inspirado em Slater, L.(2004) Mente e Cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro (textos 7 e 11)

domingo, 12 de abril de 2015

Boa noite!
Isabela Fraga em seu texto vêm desmistificar aspectos que envolvem a hipnose e nos explicar um pouco como funciona essa técnica fantástica. Muitos se perguntam uma coisa, o que significa hipnose? Célia Cortez traz um conceito: “um estado de alta concentração mental, no qual a percepção das sensações sofre alterações em níveis variados, sem que o indivíduo perca a consciência do aqui e agora.” Em outras palavras, ela não se trata de um indivíduo simplesmente balançar um relógio e você começar a fazer tudo que ele manda, a hipnose altera as percepções, mas não tira a consciência da pessoa.
            A autora também apresenta diferentes níveis de profundidade da hipnose e tais níveis são relativos de pessoa para pessoa, ou seja, nem todos são capazes de alcançar os níveis mais profundos. São cinco estágios, hipnoidal: as pálpebras pesam e a respiração fica lenta, leve: o corpo fica mais relaxado, médio: dependendo do profissional a pessoa pode deixar de sentir certas sensações, profundo: a potencialidade do terceiro estágio fica mais aguçada, sonambúlico: aparecem alucinações e amnésia.
Engana-se quem acha que essa técnica serve apenas para shows, com o intuito de encantar o público. O texto de Isabela mostra que a hipnose pode ser usada como uma forma de tratamento psicológico e algumas vezes até ser usada no lugar de uma anestesia.
O texto 6, do autor Maurício da Silva também mostra esse lado abordado por Isabela. Ele traz um exemplo e algumas técnicas de hipnose. Ele conta a história de Suzana que sofria de fibromialgia e tendinite e conseguiu diminuir 90% da sua dor com algumas técnicas hipnóticas. São elas, acompanhamentos corporais, distorção do tempo e metáforas. Vou explicar pra vocês as que eu achei mais interessante, que são distorção do tempo e metáfora. Na primeira a Suzana se sentia presa no tempo e narrando a vida cotidiana dela de uma forma diferente ela perdeu essa sensação. A segunda é a metáfora, onde o hipnotizador conta uma história metafórica e faz com que o sujeito crie associações com a sua realidade.
            Agora vou contar um pouco da história da Suzana que me chamou bastante atenção por fazer me lembrar da minha mãe. No começo do tratamento das doenças, ela foi muito resistente pelo fato dos médicos passarem vários remédios, mas nenhum parar para escutá-la e só o pesquisador a ouviu. Isso me lembra um pouco do trabalho do CCVV, tema da minha segunda postagem, eles fazem esse trabalho de ouvir as pessoas de forma fantástica e isso não deve ser aplicado somente ao suicídio, mas em qualquer situação. O tratamento hipnótico reduziu em 90% as dores de Suzana e acho que muito deve-se ao fato do pesquisador ter escutado toda a história dela, suas vitórias, derrotas, alegrias e sofrimentos.
          Atualmente minha mãe passa por uma situação semelhante a de Suzana, com as mesmas doenças e até hoje ninguém parou para escutá-la também e acho que isso faria total diferença nas dores dela. Acredito que a hipnose fez muita diferença na vida de Suzana, mas acredito ainda mais que a nossa mente é capaz de superar nossas dificuldades, basta acreditar! Para quem deseja mais informações acesse:
Até a próxima! 


Inspirado em Fraga, I. (2010) hipnose fora do palco, Ciência Hoje, 276, 20-27 (texto 5) e Neubern, M. S. (2009) Hipnose e dor: proposta de metodologia clínica e qualitativa de estudo. PsicoUSF, 14, 201-209. (texto 6). 

domingo, 5 de abril de 2015


Boa noite!

Mackworth, durante a segunda Guerra Mundial realizou um projeto com o objetivo de saber como as pessoas reagiriam em um ambiente em que não acontecesse absolutamente nada. Esse projeto surgiu da monotonia que os operadores de radar das patrulhas anti-submarinas trabalhavam. No que consistia esse estudo? 20 jovens do sexo masculino ficavam presos em uma cama confortável, num cubículo iluminado, 24 horas por dia. Luvas de algodão e punhos de papelão restringiam o sentido do tato e um travesseiro em forma de U limitava a audição e nessas condições foi realizado uma bateria de testes. Em praticamente todos os testes, o resultado obtido pelos jovens foi influenciado pela monotonia vivenciada por eles. O tédio era tão perturbador que as pessoas não conseguiam se concentrar em nada durante muito tempo e dependendo do estímulo que recebiam, por exemplo, vídeos sobre espíritos, imaginavam diversas coisas e chegavam a ficar muito perturbadas. Isso me lembra da capacidade que o monge Oser possuía, ele conseguia viver nesse absoluto tédio e estimular as emoções mais positivas.

Essa história de tédio me lembra um pouco da minha infância. Acho que muitos já passaram por isso. Eu tinha 10, 11 anos e uma das coisas que eu mais queria era um videogame exatamente para de tirar do tédio. Eu tinha vários amigos no prédio onde eu morava, mas nem sempre todos estavam em casa ou disponíveis pra fazermos alguma coisa, lembro que isso dava muita agonia, aquelas tardes sem fazer nada e por isso tudo que eu mais queria era um videogame, na época ainda era o Playstation 1 o top de linha. Teve tardes que passava do lado do interfone na espera que alguém ligar e me chamar para fazer alguma coisa, topava tudo, só bastava chamar, qualquer coisa para me tirar daquela monotonia de ficar na cama olhando pro teto já era suficiente.

O texto 4(segundo texto) nos faz lembrar de outra situação também. E quem trabalha nessa monotonia, como por exemplo, os caminhoneiros? Muitos falam que eles usam drogas para conseguir aguentar essa rotina, que não pode, mas lendo esses textos e parando para pensar, deve ser muito difícil aguentar isso. Eu mesmo achava muito ruim ficar sem fazer nada, agora imaginem eles que trabalham apenas dirigindo, vendo aquelas mesmas estradas todos os dias durante meses e sem a opção de não fazer, pois afinal esse é o sustento deles e de suas famílias. O texto aponta um estudo sobre o tato que pode ser muito útil para esses trabalhadores. Ele mostra a importância do tato.

Em meio a vários estudos sobre visão e audição, o sentido do tato, dentre várias outras funções, pode nos tirar do tédio e principalmente evitar acidentes. Gerando estímulos em nossa pele, nós saímos da monotonia dirigindo, por exemplo, o que faz muita diferença para os caminhoneiros, por tornar a viagem mais “agitada” e para nós, evitando acidentes. Eu nunca tinha parado para pensar assim no tédio e na importância do tato, após essa leitura percebi a importância desses dois elementos e vale muito a pena prestar atenção neles. Por hoje é isso que temos, até a próxima!
 
 
Inspirado em Heron, W. (1977) A patologia do tédio. Psicobiologia: as bases biologicas do comportamento. Rio De Janeiro: LTC. (texto 3) e SchropeM. (2001). O novo sentido do tatoNew Scientist2 de Junho, 30-33. (Texto 4)

sexta-feira, 27 de março de 2015

     “Acredita-se que o ato suicida não pode ser explicado somente por motivações individuais, mas por processos que antecedem tal ato e que seriam suscetíveis às influencias sociais que perpassam a esfera da vida pessoal presente nos valores e padrões da cultura em que este individuo está inserido.” Assim, Patrícia D’Avilla Venturela começa seu trabalho a respeito do tema suicídio. Um tema tão pouco explorado e com tantos aspectos sociais e psicológicos envolta. Patrícia, mostra alguns tipos de suicídios, não vou entrar muito afundo, só explicar brevemente. Em sua obra O Suicídio, Durkheim cataloga três tipos de suicídio: egoísta, onde o indivíduo se sente isolado da sociedade; altruísta, onde a pessoa se sente tão pertencente a um grupo social que perde sua própria identidade; e anônimo, que tem o mesmo conceito do egoísta, com o diferencial que neste, o indivíduo relaciona o motivo a questões externas a ele. Freud, relaciona o suicídio com a melancolia, que é a dor da perda, que faz você se sentir tão vazio que acaba cometendo o ato.  Para Rogers (abordagem centrada na pessoa) o ser humano tem uma tendência natural de buscar seu crescimento, mas por alguma discordância não consegue e por isso busca o suicídio.

Vou focar na abordagem de Rogers. Para este autor, existem três condições básicas de crescimento, que podem ajudar o indivíduo que esteja passando por esse sofrimento de cometer o suicídio. São elas: compreensão empática, consideração positiva incondicional e a congruência.
A compreensão empática na minha visão foi a mais interessante. O que quer dizer essa condição básica? Nessa condição, o indivíduo vai esquecer seus valores, o que ele julga importante, vai esquecer de tudo e mergulhar na história da outra pessoa. Isso nos remete ao sentimento de compaixão, que foi estudado pelos cientistas no experimento realizado no monge Oser. Eu particularmente, acho muito difícil fazer isso, ter esse sentimento de colocar-se no lugar da pessoa e realmente viver aquilo que ela está passando. Imagine você vivendo uma situação dessas, onde tem uma pessoa próxima pensando em cometer suicídio e cabe a você ouvir essa pessoa e não falar nada, sem julgamentos, sem dar opinião, nada além de ouvir.
     Se pararmos para pensar existem pouquíssimas pessoas assim, que param para escutar seus problemas sem dizer a opinião delas, ou te julgar, falando que está errado. Precisamos de mais gente assim, que pare para ouvir, que viva sua história. Poucos sabem a diferença que o simples fato de escutar pode fazer na vida de uma pessoa. Por esse motivo, achei muito interessante o trabalho voluntario do centro de valorização da vida (CVV) que treina pessoas para ouvir, ajudar e evitar que o pior aconteça.
     A vida é algo muito valioso para ser perdida por um ato contra si mesmo, eu sei que todos têm dificuldades, passam por problemas, mas não vale a pena cometer tal ato. Sempre vão existir pessoas que se preocupam com você, seja família ou amigos, seja o próprio centro, que está lá exatamente para ajudar. Por isso pense muito bem, procure ajuda antes de chegar as vias de fato e você que pode ajudar alguém, ajude, ouça, viva o que esse ser humano está passando e seja capaz de salvar uma vida com um ato tão simples.
     Para mais informações a respeito do trabalho voluntario da CVV acesse: http://www.cvv.org.br/


Inspirado em Venturela, P.D. (2011) Prevenção do Suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre. Monografia. UFRGS. (textos 2)

sexta-feira, 20 de março de 2015



Boa noite!

Daniel Goleman em sua obra: Como lidar com emoções destrutivas, relata um experimento feito com um monge budista chamado Oser, onde os cientistas tinham como objetivo entender como funciona a mente de uma pessoa capaz de esquecer de tudo, isolar-se do que a maioria das pessoas acham fundamentais para viver e mesmo assim possuir uma felicidade dentro de si invejável por grande parte da população mundial. Foi feita uma série de testes, exames, diálogos, tudo com o intuito de entender como funcionava essa mente fantástica de Oser. Abaixo mostrarei o meu ponto de vista a respeito dos resultados fantásticos do experimento. Oser passou por testes que avaliavam sua capacidade mental e os cientistas ficaram impressionados com os resultados de suas meditações. Ele fez seis tipos de meditações: concentração em um só ponto, onde ele focava em um único ponto e esquecia do que estava em volta, mente aberta, onde ele pensava em tudo, mas ao mesmo tempo não pensava em nada, devoção, onde há uma gratidão e admiração, compaixão, onde ele era colocado em uma situação de sofrimento e ele se colocava no lugar da outra pessoa, visualização, onde se deve construir na mente uma imagem completa e clara e , por fim, destemor, o indivíduo deve trazer uma certeza destemida à mente.
É incrível como uma pessoa é capaz de controlar suas emoções por vontade própria, sem depender de mais nada além dele mesmo. Quem não queria ser feliz sem depender de nada? Com certeza a maioria das pessoas diriam que queriam ser felizes por si mesmas, sem dependerem de fatores externos a elas para alcançar esse sentimento almejado por todos.  

Eu admiro esse monge principalmente por essa capacidade. Chegamos em um determinado ponto que não sabemos ser felizes sem ter dinheiro, um carro do ano, aquele emprego dos sonhos. Será que precisamos mesmo de tudo isso para alcançarmos a tão sonhada felicidade? Há um tempo atrás eu diria que sim, precisamos de tudo isso para sermos felizes, mas o monge me fez refletir. Como uma pessoa tão simples, afastada de tudo pode ser tão feliz? Simples, ela possui o controle de sua mente, não total, mas possui um mínimo que pouquíssimas pessoas têm, na verdade, só aquelas que passaram pela mesma educação mental que ele.

Está na hora de refletirmos um pouco, nós somos capazes de sermos monges também, não necessariamente confinados em lugares distantes ou em retiros, mas sim no nosso dia a dia, reeducando nossa mente com o propósito de nos libertar de tudo que faz mal, de todas as emoções destrutivas e cultivar somente aquilo que faz bem, que vai te fazer feliz realmente. Está na hora de mudarmos nosso jeito de ser, “evoluir” como o monge evoluiu e alcançar um estado mental o qual poucos foram capazes de conseguir e a partir daí começar a buscar a verdadeira felicidade.  

Inspirado em Lama, D. e Goleman, D. (2003) Como Lidar Com Emoções Destrutivas. Rio de Janeiro: Campus Ltda (texto 1)