domingo, 26 de abril de 2015


Boa noite!

Hoje falaremos a respeito do texto 8: A perturbadora ascensão do determinismo neurogenético, de Steven Rose. O autor vem nesse texto fazer uma crítica e deixar sua opinião a respeito do determinismo neurogenético. Você deve estar se perguntando, o que é esse determinismo? Vou tentar explicar em poucas palavras. Trata-se de uma teoria que diz o seguinte: se uma pessoa possui uma personalidade “x”, é devido a algum gene que a mesma possui, basicamente pelo que eu entendi (tive uma certa dificuldade na compreensão do texto) é isso.
 

Dia do DNA: Concurso para alunos do secundárioEu particularmente concordei muito com a crítica do autor, como ele mesmo diz, esse pensamento é tão ultrapassado, como podemos definir quem somos apenas pelos genes que possuímos? Quer dizer que se eu nascer com um gene “y” eu vou ter depressão? Não concordo com essa teoria, acho até que esse fator do gene pode até influenciar de certa forma, mas é impossível nós ignorarmos o meio social em que vivemos, as experiências que passamos no decorrer das nossas vidas.

O autor cita a violência em seu texto e isso nos leva a uma reflexão. Vou criar uma situação hipotética, digamos que você é filho de um daqueles árabes que postam vídeos executando pessoas. O fato de ser filho desse homem e consequentemente herdar sua genética, por si só será suficiente para dizer que você será violento igual seu pai? Vou dar minha resposta, acho que esse fato não é suficiente, no máximo posso dizer ele pode influenciar, mas julgo principal o convívio social.

Cada pessoa passa por muitas e muitas coisas na vida, não podemos simplesmente ignorar esse fato e atribuir tudo a genética. Do mesmo jeito do texto passado, o foco não está voltado para a pessoa. Somos muito mais do que nossa genética diz, vivemos em sociedade, passamos por diversas experiências e essas sim podem dizer quem somos e por que somos assim.

Pensando até por outro lado, se aceitássemos uma teoria assim, olha só a responsabilidade que iriamos tirar do Estado, por exemplo. O Estado simplesmente iria adotar o discurso de que se essa pessoa rouba é porque ela tem um gene que a toda uma ladra, o que nós podemos fazer? Ela nasceu assim e ponto, não podemos fazer nada a respeito. E até mesmo pelo lado da pessoa, eu nasci assim, herdei isso, o que posso fazer? Não vou mudar, se sou violento vou continuar porque eu nasci assim e pronto, culpa da minha genética. Voltando para o exemplo do árabe, você pode ser filho de um deles e ao mesmo tempo pode escolher não ser igual a eles, isso vai variar muito.

Temos que valorizar mais as pessoas e levar em consideração os aspectos de cada uma, acho que a partir daí podemos trilhar um caminho para começar a entender os seres humanos. Até a próxima!

Inspirado em Rose S. A. (1997) perturbadora ascensão do determinismo neurogenético. Ciência Hoje, 21, 18-27. (texto 8)

domingo, 19 de abril de 2015

Boa noite!
No começo dos anos 70, David Rosenhan realizou um experimento em clínicas de psiquiatria, foram recrutados 8 amigos para ajudá-lo. Do que tratava esse experimento? David queria fazer um teste, será que os psiquiatras reconheceriam os sãos em meio aos insanos? Partindo dessa pergunta, todos foram em clínicas psiquiatras diferentes com o objetivo de fingir algum problema psiquiatra e observar se eles seriam descobertos ou internados. Como eles fizeram isso? Rosenhan passou as instruções a todos e consistiam em um único fato, todos eles iriam dizer que ouviam um som e tal som dizia “tum” e a partir daí iam verificar o que aconteceria.
Pelo que eu já vi, não que tenha visto muita coisa, suspeitei que todos seriam internados e realmente foram. Todos os psiquiatras diagnosticaram algo, não necessariamente o mesmo diagnóstico foi identificados em todos, o único problema é que nenhum dos convocados possuía algo, além do “tum” que na verdade não era nada. Os nove ficaram internados durante tempos diferentes, alguns ficaram não muito e outros ficaram bastante até conseguirem mostrar que eram sãos e ainda foram liberados na condição de que não estavam 100% “curados”.
 Robert Spitzer, um psiquiatra, tentou defender a psiquiatria dizendo que não era bem assim que funcionada e criou um novo tipo de “manual” que os psiquiatras utilizavam, era chamado de DSM e funcionava como um guia onde constava vários sintomas de doenças e seguindo isso, os médicos identificavam o problema do paciente. Na época, o DSM II era utilizado, então Spitzer cria o DSM III mudando tudo e deixando-o muito mais completo, com o intuito de defender a psiquiatria que foi colocada em xeque com o experimento de Rosenhan.
Após Robert defender a psiquiatria, Lucy Schellman (um nome fictício) tentou realizar o experimento novamente, porém parece que Spitzer conseguiu melhorar sua área e ela não foi internada em nenhuma das várias clínicas que tentou, mas foi diagnosticada equivocadamente, já que também não possuía nada, e foi receitado alguns remédios.
Isso me faz refletir um pouco. Já parou pra pensar no tanto que uma internação equivocada como as do experimento podem fazer mal para alguém? Nossa mente é frágil, se formos submetidos as mesmas coisas que Rosenhan e seus companheiros foram, poucos conseguem sair do mesmo jeito que entraram, sem nenhum efeito pós internação. E o jeito que os pacientes são tratados? No próprio experimento é relatado o descaso com eles, parecem ser invisíveis ali dentro.
Outro ponto também me chamou a atenção que está ligado ao do parágrafo acima, que foi o fato do foco estar voltado a teoria e não a pessoa. Rogers, no texto 2 mostra sua teoria voltada a pessoa, ele não classifica os tipos de suicidas e sim os trata de forma igual. Acho que faltou isso na psiquiatria, posso estar errado, mas os médicos pouco se preocuparam com os “pacientes” e somente seguiam aquele manual que era o DSM e pronto, tanto que os próprios doentes internados perceberam que Rosenhan e seus companheiros eram sãos. Os internados sim prestaram atenção e perceberam que eles não tinham nada, porém essa responsabilidade é do médico, uma internação assim por trazer consequências irreversíveis na mente de uma pessoa. Quero deixar esse aspecto no meu texto, acho que falta essa preocupação com as pessoas em sim e isso é essencial para nós, seres humanos, vale a pena observar um pouco e analisar se estamos no caminho certo. É isso ai galera, até a próxima! Para quem quer saber um pouco mais, estou colocando uma reportagem que achei no site do G1 sobre diagnósticos errados:



Inspirado em Slater, L.(2004) Mente e Cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro (textos 7 e 11)

domingo, 12 de abril de 2015

Boa noite!
Isabela Fraga em seu texto vêm desmistificar aspectos que envolvem a hipnose e nos explicar um pouco como funciona essa técnica fantástica. Muitos se perguntam uma coisa, o que significa hipnose? Célia Cortez traz um conceito: “um estado de alta concentração mental, no qual a percepção das sensações sofre alterações em níveis variados, sem que o indivíduo perca a consciência do aqui e agora.” Em outras palavras, ela não se trata de um indivíduo simplesmente balançar um relógio e você começar a fazer tudo que ele manda, a hipnose altera as percepções, mas não tira a consciência da pessoa.
            A autora também apresenta diferentes níveis de profundidade da hipnose e tais níveis são relativos de pessoa para pessoa, ou seja, nem todos são capazes de alcançar os níveis mais profundos. São cinco estágios, hipnoidal: as pálpebras pesam e a respiração fica lenta, leve: o corpo fica mais relaxado, médio: dependendo do profissional a pessoa pode deixar de sentir certas sensações, profundo: a potencialidade do terceiro estágio fica mais aguçada, sonambúlico: aparecem alucinações e amnésia.
Engana-se quem acha que essa técnica serve apenas para shows, com o intuito de encantar o público. O texto de Isabela mostra que a hipnose pode ser usada como uma forma de tratamento psicológico e algumas vezes até ser usada no lugar de uma anestesia.
O texto 6, do autor Maurício da Silva também mostra esse lado abordado por Isabela. Ele traz um exemplo e algumas técnicas de hipnose. Ele conta a história de Suzana que sofria de fibromialgia e tendinite e conseguiu diminuir 90% da sua dor com algumas técnicas hipnóticas. São elas, acompanhamentos corporais, distorção do tempo e metáforas. Vou explicar pra vocês as que eu achei mais interessante, que são distorção do tempo e metáfora. Na primeira a Suzana se sentia presa no tempo e narrando a vida cotidiana dela de uma forma diferente ela perdeu essa sensação. A segunda é a metáfora, onde o hipnotizador conta uma história metafórica e faz com que o sujeito crie associações com a sua realidade.
            Agora vou contar um pouco da história da Suzana que me chamou bastante atenção por fazer me lembrar da minha mãe. No começo do tratamento das doenças, ela foi muito resistente pelo fato dos médicos passarem vários remédios, mas nenhum parar para escutá-la e só o pesquisador a ouviu. Isso me lembra um pouco do trabalho do CCVV, tema da minha segunda postagem, eles fazem esse trabalho de ouvir as pessoas de forma fantástica e isso não deve ser aplicado somente ao suicídio, mas em qualquer situação. O tratamento hipnótico reduziu em 90% as dores de Suzana e acho que muito deve-se ao fato do pesquisador ter escutado toda a história dela, suas vitórias, derrotas, alegrias e sofrimentos.
          Atualmente minha mãe passa por uma situação semelhante a de Suzana, com as mesmas doenças e até hoje ninguém parou para escutá-la também e acho que isso faria total diferença nas dores dela. Acredito que a hipnose fez muita diferença na vida de Suzana, mas acredito ainda mais que a nossa mente é capaz de superar nossas dificuldades, basta acreditar! Para quem deseja mais informações acesse:
Até a próxima! 


Inspirado em Fraga, I. (2010) hipnose fora do palco, Ciência Hoje, 276, 20-27 (texto 5) e Neubern, M. S. (2009) Hipnose e dor: proposta de metodologia clínica e qualitativa de estudo. PsicoUSF, 14, 201-209. (texto 6). 

domingo, 5 de abril de 2015


Boa noite!

Mackworth, durante a segunda Guerra Mundial realizou um projeto com o objetivo de saber como as pessoas reagiriam em um ambiente em que não acontecesse absolutamente nada. Esse projeto surgiu da monotonia que os operadores de radar das patrulhas anti-submarinas trabalhavam. No que consistia esse estudo? 20 jovens do sexo masculino ficavam presos em uma cama confortável, num cubículo iluminado, 24 horas por dia. Luvas de algodão e punhos de papelão restringiam o sentido do tato e um travesseiro em forma de U limitava a audição e nessas condições foi realizado uma bateria de testes. Em praticamente todos os testes, o resultado obtido pelos jovens foi influenciado pela monotonia vivenciada por eles. O tédio era tão perturbador que as pessoas não conseguiam se concentrar em nada durante muito tempo e dependendo do estímulo que recebiam, por exemplo, vídeos sobre espíritos, imaginavam diversas coisas e chegavam a ficar muito perturbadas. Isso me lembra da capacidade que o monge Oser possuía, ele conseguia viver nesse absoluto tédio e estimular as emoções mais positivas.

Essa história de tédio me lembra um pouco da minha infância. Acho que muitos já passaram por isso. Eu tinha 10, 11 anos e uma das coisas que eu mais queria era um videogame exatamente para de tirar do tédio. Eu tinha vários amigos no prédio onde eu morava, mas nem sempre todos estavam em casa ou disponíveis pra fazermos alguma coisa, lembro que isso dava muita agonia, aquelas tardes sem fazer nada e por isso tudo que eu mais queria era um videogame, na época ainda era o Playstation 1 o top de linha. Teve tardes que passava do lado do interfone na espera que alguém ligar e me chamar para fazer alguma coisa, topava tudo, só bastava chamar, qualquer coisa para me tirar daquela monotonia de ficar na cama olhando pro teto já era suficiente.

O texto 4(segundo texto) nos faz lembrar de outra situação também. E quem trabalha nessa monotonia, como por exemplo, os caminhoneiros? Muitos falam que eles usam drogas para conseguir aguentar essa rotina, que não pode, mas lendo esses textos e parando para pensar, deve ser muito difícil aguentar isso. Eu mesmo achava muito ruim ficar sem fazer nada, agora imaginem eles que trabalham apenas dirigindo, vendo aquelas mesmas estradas todos os dias durante meses e sem a opção de não fazer, pois afinal esse é o sustento deles e de suas famílias. O texto aponta um estudo sobre o tato que pode ser muito útil para esses trabalhadores. Ele mostra a importância do tato.

Em meio a vários estudos sobre visão e audição, o sentido do tato, dentre várias outras funções, pode nos tirar do tédio e principalmente evitar acidentes. Gerando estímulos em nossa pele, nós saímos da monotonia dirigindo, por exemplo, o que faz muita diferença para os caminhoneiros, por tornar a viagem mais “agitada” e para nós, evitando acidentes. Eu nunca tinha parado para pensar assim no tédio e na importância do tato, após essa leitura percebi a importância desses dois elementos e vale muito a pena prestar atenção neles. Por hoje é isso que temos, até a próxima!
 
 
Inspirado em Heron, W. (1977) A patologia do tédio. Psicobiologia: as bases biologicas do comportamento. Rio De Janeiro: LTC. (texto 3) e SchropeM. (2001). O novo sentido do tatoNew Scientist2 de Junho, 30-33. (Texto 4)