terça-feira, 23 de junho de 2015

Boa tarde!
            Chegamos ao nosso último texto, o tão esperado texto do Freud. A leitura gira em torno de dois pontos principais: cultura e felicidade. Considero o conceito de felicidade muito complexo, pelo fato de não conseguir definir de uma forma geral, cada um é feliz de um jeito, o que uma pessoa julga ser felicidade pode ser algo totalmente contrário ao que você pensa e nem por isso ela deixa de ser feliz. Então eu pergunto, você é feliz?
           
Concordo com Freud quando ele diz que nossa própria cultura limita a felicidade, porém ele diz que é impossível alcançar a felicidade nesse mundo, é nessa parte que eu discordo. A religião também vai um pouco por esse lado quando diz que a felicidade só é alcançada após a morte, durante a vida eterna. Um problema que eu enxergo nesse ponto é que isso varia muito de pessoa para pessoa, cada um tem sua fé e crê naquilo que acha ser o certo. Freud diz que é impossível alcançar esse sentimento no nosso mundo, pois sempre existirá sofrimentos para nós aqui e jamais nos livraremos deles.
            Acho que realmente isso sempre vai existir, mas considero que é totalmente possível ser feliz com eles. Olhemos para a minha primeira postagem, quando falei do monge. Esse cara é uma pessoa que eu posso afirmar (pelo menos pela leitura do texto) que alcançou a felicidade apesar de todos os aspectos negativos que existem em nosso mundo. Basta uma pessoa ser feliz para nos mostrar que todos nós também podemos.
            Freud fala da cultura, que ela nos limita a sermos felizes e o fato de vivermos em sociedade já cria regras que impossibilitam o alcance desse sentimento. Concordo em parte, mas também é algo que é possível mudar. Podemos ser monges dentro de nossa cultura, não precisamos ir para o oriente, podemos ser diferentes aqui mesmo, apesar de ser difícil, mas ninguém disse que seria fácil, o importante é acreditar e tentar com todas as suas forças. Aquele monge do primeiro texto serve de referência para mim até hoje, pelo simples fato dele controlar sua mente, algo que parece tão simples quando falamos, mas extremamente complexo quando tentamos fazer.
            Sempre estamos correndo atrás da nossa felicidade, por exemplo, querendo passar naquele concurso, terminar a faculdade, ter nossa casa, filhos, família. Muitos dizem que por mais que atinjamos nossos objetivos sempre vamos querer mais e por isso nunca vamos ficar satisfeitos. Sim, é verdade, mas o que seria de nós sem termos sempre algum objetivo na vida? Seria uma vida vazia, tomada pelo tédio, onde já temos tudo que queremos e não precisamos correr atrás de nada, qual o sentido de viver assim? Lembrem da postagem sobre o texto, agora imaginem tal tédio para o resto de suas vidas, iríamos ficar loucos. Acho que o segredo, vamos dizer assim, em viver está na constante busca por nossos sonhos, eles nos dão sentido para viver e sem eles nada seríamos.
            O autor fala sobre o amor, outro sentimento bastante complexo que está presente na vida da maioria das pessoas, se não todas. Freud fala como se fosse algo comercial, por exemplo, você só pode dar amor para quem retribui esse sentimento. Não acho que seja bem por aí, aquele amor mais puro, sincero, muitas vezes pode não ser correspondido, porém não deixa de ser esse sentimento tão bonito, que nos faz querer o bem de alguém, querer fazer outra pessoa feliz, independente se ela sinta o mesmo por nós. Claro que a pessoa que tem seu amor correspondido é mais feliz, mas o fato de não ter esse amor de volta não quer dizer que deixou de ser esse sentimento.
            Nosso grande autor traz uma visão muito interessante a respeito da felicidade, eu discordo de alguns pontos de vista apresentados por ele, mas achei a leitura muito interessante e confessor que esperava mais, pois afinal estamos falando de Freud. Todos podemos ser felizes, basta acreditar e persistir sempre mais e mais. Foi um prazer estar na companhia de vocês, meus leitores durante esse semestre e me despeço com um até breve e um grande abraço!



Inspirado em: Freud, S (2010) o mal estar na cultura. Porto Alegre:L&PM (texto 16)

domingo, 14 de junho de 2015

Boa tarde!
            Hoje falaremos da segunda parte do texto 15. Essa parte traz partes mais técnicas do fato ocorrido, citando exatamente o que acontece no cérebro do nosso autor. O texto explica aonde ficou alojado o projétil e as consequências que isso trouxe.
            São usados muitos termos técnicos nessa leitura e acho que não cabe citar todos aqui, por isso vou focar no que achei mais interessantes e creio que vocês vão concordar. Ao dar choques elétricos no córtex visual primário do cérebro (os choques são absolutamente indolores) aparecem pontos e círculos brilhantes e traços fulgurantes diante dos olhos da pessoa e se ela levar choques no córtex visual secundário, a pessoa vê padrões complexos ou até objetos completos como árvores balançando, por exemplo. Achei legal porque dá para perceber um pouco de como nosso cérebro é complexo, ao estimular uma parte específica, somos capazes de reagir de um jeito que nem sentimos ou imaginamos.
            Se o projétil atravessar as fibras de radiação óptica e destruir nem que seja partes dela, vai ocorrer pontos de cegueira e toda uma parte do campo visual se desintegra. Isso acontece com nosso autor, a visão do lado direito fica totalmente perdida e do lado esquerdo fica muito comprometida. O texto nos mostra uma imagem de como ele enxergava antes e depois da guerra, antes era tudo nítido, claro, depois o lado direito ficou completamente borrado e o lado esquerdo distorcido. Tem uma parte que até achei um pouco engraçada, apesar de não poder rir disso, que é quando ele está andando e bate a testa na parede por ela estar do lado direito dele e a percepção dele ter sido totalmente afetada. É engraçado porque é uma coisa tão simples para nós e fica tão complexa para ele. Uma noção de distância fica comprometida, ele não sabe se está perto ou longe, se vai bater em algum lugar ou vai dar para passar.
            Já pensou não conseguir se comunicar? O texto traz um ponto interessante, a complexidade da comunicação. Já parou para pensar como o que eu falo chega até você e você entende perfeitamente? Isso é um processo complexo em nosso cérebro e ficou muito complexo para nosso sobrevivente da guerra também. Ele tinha extrema dificuldade de se comunicar e isso é mais uma coisa que é muito simples para nós.
            Uma coisa ficou intacta e foi essencial para a sobrevivência de nosso guerreiro. O terceiro bloco do cérebro, este tem a função de sustentar intenções, planejar ações e executá-las. Graças a isso, ele foi capaz de identificar que estava tendo dificuldade para lidar com o mundo e lutar contra isso. Foi essa vontade de o fez permanecer de pé e lutar contra o que ocorreu. Como foi dito em sala, a pessoa não precisa ter uma bala na cabeça para ser afetada pela guerra, reflitam sobre isso. Até a próxima! 
Inspirado em Luria, A.R. (2008) O homem com um mundo estilhaçado. Rio de Janeiro: Vozes. (texto 15)

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Boa tarde!
            Hoje falaremos do texto 15. Imagine você em uma situação de uma guerra, estilo aquelas de filme, onde vários jovens são recrutados para o exército com o propósito de defender seu país, nem que isso custe a sua vida. Imaginou? Sei que é difícil pensar em uma coisa assim, pois afinal são muitas variáveis envolvidas. Eu admito que só penso numa situação assim se for bem distante da realidade, num mundo irreal dentro da minha cabeça, do mesmo jeito que acontece naqueles filmes americanos.
            O autor do texto abordado aqui passou por essa situação e não teve um final feliz como costuma ter nos filmes. Ele foi para a guerra e foi atingido na cabeça por um projétil. O que isso trouxe a ele? Consequências que vocês nem imaginam. Antes do ocorrido citado acima, nosso autor levava uma vida normal, era estudante num instituo politécnico e esperava começar a ter alguma experiência pratica numa fábrica especializada. Ele queria uma vida como a maioria de nós, se formar, ter um bom emprego e consequentemente um bom futuro. Foi aí que veio a grande notícia, uma guerra contra a Alemanha, na qual ele teria que defender seu país a todo custo como eu disse no primeiro parágrafo. Ele largou tudo e foi deixando para trás tudo que havia conquistado e colocando em risco tudo que poderia conseguir.
            Durante uma batalha ele foi atingido na cabeça, tendo assim uma lesão grave no cérebro. Tal lesão trouxe um vazio enorme para a vida dele. Imagine você com dificuldades de pensar, isso mesmo, pensar, um ato que é tão simples para nós. Uma lesão é fatal, porém trata-se de uma fatalidade um pouco diferente. Ela pode te matar de um jeito diferente. Nosso autor era uma pessoa como nós e depois da lesão ele se tornou ninguém, não lembrava de nada, não conseguia perceber nada, tinha enorme dificuldades de lembrar de palavras, seus significados, ele não sabia mais ler.
            E agora? Ele tem que voltar a realidade, ao nosso mundo. Não conseguir identificar objetos, associar palavras a eles, tudo o que você pode pensar que é muito simples ele não conseguia fazer. Um dos principais danos causados foi a falta de percepção, você não conseguir identificar onde está sua perna, seu braço, o que é direta ou esquerda, conseguir ter noção de distância, nada, além de perder a visão do lado direito. Os sentidos foram diretamente afetados e considero esse o principal dano, pelo fato deles serem nosso elo de ligação com o mundo externo. Lembro do texto que falava do tato (uma postagem antiga), o tanto que a privação desse sentido poderia causar até alucinações no paciente do experimento.
            Não podemos esquecer o fato causador disso tudo, a guerra, o quanto que ela pode destruir a vida de uma pessoa. Por mais que pensemos em tudo, é muito difícil imaginar a dimensão dos danos que esse fato pode causar. Semana que vem falarei um pouco mais sobre as consequências disso, até a próxima!


Inspirado em Luria, A.R. (2008) O homem com um mundo estilhaçado. Rio de Janeiro: Vozes. (Texto 15)