sexta-feira, 27 de março de 2015

     “Acredita-se que o ato suicida não pode ser explicado somente por motivações individuais, mas por processos que antecedem tal ato e que seriam suscetíveis às influencias sociais que perpassam a esfera da vida pessoal presente nos valores e padrões da cultura em que este individuo está inserido.” Assim, Patrícia D’Avilla Venturela começa seu trabalho a respeito do tema suicídio. Um tema tão pouco explorado e com tantos aspectos sociais e psicológicos envolta. Patrícia, mostra alguns tipos de suicídios, não vou entrar muito afundo, só explicar brevemente. Em sua obra O Suicídio, Durkheim cataloga três tipos de suicídio: egoísta, onde o indivíduo se sente isolado da sociedade; altruísta, onde a pessoa se sente tão pertencente a um grupo social que perde sua própria identidade; e anônimo, que tem o mesmo conceito do egoísta, com o diferencial que neste, o indivíduo relaciona o motivo a questões externas a ele. Freud, relaciona o suicídio com a melancolia, que é a dor da perda, que faz você se sentir tão vazio que acaba cometendo o ato.  Para Rogers (abordagem centrada na pessoa) o ser humano tem uma tendência natural de buscar seu crescimento, mas por alguma discordância não consegue e por isso busca o suicídio.

Vou focar na abordagem de Rogers. Para este autor, existem três condições básicas de crescimento, que podem ajudar o indivíduo que esteja passando por esse sofrimento de cometer o suicídio. São elas: compreensão empática, consideração positiva incondicional e a congruência.
A compreensão empática na minha visão foi a mais interessante. O que quer dizer essa condição básica? Nessa condição, o indivíduo vai esquecer seus valores, o que ele julga importante, vai esquecer de tudo e mergulhar na história da outra pessoa. Isso nos remete ao sentimento de compaixão, que foi estudado pelos cientistas no experimento realizado no monge Oser. Eu particularmente, acho muito difícil fazer isso, ter esse sentimento de colocar-se no lugar da pessoa e realmente viver aquilo que ela está passando. Imagine você vivendo uma situação dessas, onde tem uma pessoa próxima pensando em cometer suicídio e cabe a você ouvir essa pessoa e não falar nada, sem julgamentos, sem dar opinião, nada além de ouvir.
     Se pararmos para pensar existem pouquíssimas pessoas assim, que param para escutar seus problemas sem dizer a opinião delas, ou te julgar, falando que está errado. Precisamos de mais gente assim, que pare para ouvir, que viva sua história. Poucos sabem a diferença que o simples fato de escutar pode fazer na vida de uma pessoa. Por esse motivo, achei muito interessante o trabalho voluntario do centro de valorização da vida (CVV) que treina pessoas para ouvir, ajudar e evitar que o pior aconteça.
     A vida é algo muito valioso para ser perdida por um ato contra si mesmo, eu sei que todos têm dificuldades, passam por problemas, mas não vale a pena cometer tal ato. Sempre vão existir pessoas que se preocupam com você, seja família ou amigos, seja o próprio centro, que está lá exatamente para ajudar. Por isso pense muito bem, procure ajuda antes de chegar as vias de fato e você que pode ajudar alguém, ajude, ouça, viva o que esse ser humano está passando e seja capaz de salvar uma vida com um ato tão simples.
     Para mais informações a respeito do trabalho voluntario da CVV acesse: http://www.cvv.org.br/


Inspirado em Venturela, P.D. (2011) Prevenção do Suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre. Monografia. UFRGS. (textos 2)

sexta-feira, 20 de março de 2015



Boa noite!

Daniel Goleman em sua obra: Como lidar com emoções destrutivas, relata um experimento feito com um monge budista chamado Oser, onde os cientistas tinham como objetivo entender como funciona a mente de uma pessoa capaz de esquecer de tudo, isolar-se do que a maioria das pessoas acham fundamentais para viver e mesmo assim possuir uma felicidade dentro de si invejável por grande parte da população mundial. Foi feita uma série de testes, exames, diálogos, tudo com o intuito de entender como funcionava essa mente fantástica de Oser. Abaixo mostrarei o meu ponto de vista a respeito dos resultados fantásticos do experimento. Oser passou por testes que avaliavam sua capacidade mental e os cientistas ficaram impressionados com os resultados de suas meditações. Ele fez seis tipos de meditações: concentração em um só ponto, onde ele focava em um único ponto e esquecia do que estava em volta, mente aberta, onde ele pensava em tudo, mas ao mesmo tempo não pensava em nada, devoção, onde há uma gratidão e admiração, compaixão, onde ele era colocado em uma situação de sofrimento e ele se colocava no lugar da outra pessoa, visualização, onde se deve construir na mente uma imagem completa e clara e , por fim, destemor, o indivíduo deve trazer uma certeza destemida à mente.
É incrível como uma pessoa é capaz de controlar suas emoções por vontade própria, sem depender de mais nada além dele mesmo. Quem não queria ser feliz sem depender de nada? Com certeza a maioria das pessoas diriam que queriam ser felizes por si mesmas, sem dependerem de fatores externos a elas para alcançar esse sentimento almejado por todos.  

Eu admiro esse monge principalmente por essa capacidade. Chegamos em um determinado ponto que não sabemos ser felizes sem ter dinheiro, um carro do ano, aquele emprego dos sonhos. Será que precisamos mesmo de tudo isso para alcançarmos a tão sonhada felicidade? Há um tempo atrás eu diria que sim, precisamos de tudo isso para sermos felizes, mas o monge me fez refletir. Como uma pessoa tão simples, afastada de tudo pode ser tão feliz? Simples, ela possui o controle de sua mente, não total, mas possui um mínimo que pouquíssimas pessoas têm, na verdade, só aquelas que passaram pela mesma educação mental que ele.

Está na hora de refletirmos um pouco, nós somos capazes de sermos monges também, não necessariamente confinados em lugares distantes ou em retiros, mas sim no nosso dia a dia, reeducando nossa mente com o propósito de nos libertar de tudo que faz mal, de todas as emoções destrutivas e cultivar somente aquilo que faz bem, que vai te fazer feliz realmente. Está na hora de mudarmos nosso jeito de ser, “evoluir” como o monge evoluiu e alcançar um estado mental o qual poucos foram capazes de conseguir e a partir daí começar a buscar a verdadeira felicidade.  

Inspirado em Lama, D. e Goleman, D. (2003) Como Lidar Com Emoções Destrutivas. Rio de Janeiro: Campus Ltda (texto 1)