quinta-feira, 4 de junho de 2015

Boa tarde!
            Hoje falaremos do texto 15. Imagine você em uma situação de uma guerra, estilo aquelas de filme, onde vários jovens são recrutados para o exército com o propósito de defender seu país, nem que isso custe a sua vida. Imaginou? Sei que é difícil pensar em uma coisa assim, pois afinal são muitas variáveis envolvidas. Eu admito que só penso numa situação assim se for bem distante da realidade, num mundo irreal dentro da minha cabeça, do mesmo jeito que acontece naqueles filmes americanos.
            O autor do texto abordado aqui passou por essa situação e não teve um final feliz como costuma ter nos filmes. Ele foi para a guerra e foi atingido na cabeça por um projétil. O que isso trouxe a ele? Consequências que vocês nem imaginam. Antes do ocorrido citado acima, nosso autor levava uma vida normal, era estudante num instituo politécnico e esperava começar a ter alguma experiência pratica numa fábrica especializada. Ele queria uma vida como a maioria de nós, se formar, ter um bom emprego e consequentemente um bom futuro. Foi aí que veio a grande notícia, uma guerra contra a Alemanha, na qual ele teria que defender seu país a todo custo como eu disse no primeiro parágrafo. Ele largou tudo e foi deixando para trás tudo que havia conquistado e colocando em risco tudo que poderia conseguir.
            Durante uma batalha ele foi atingido na cabeça, tendo assim uma lesão grave no cérebro. Tal lesão trouxe um vazio enorme para a vida dele. Imagine você com dificuldades de pensar, isso mesmo, pensar, um ato que é tão simples para nós. Uma lesão é fatal, porém trata-se de uma fatalidade um pouco diferente. Ela pode te matar de um jeito diferente. Nosso autor era uma pessoa como nós e depois da lesão ele se tornou ninguém, não lembrava de nada, não conseguia perceber nada, tinha enorme dificuldades de lembrar de palavras, seus significados, ele não sabia mais ler.
            E agora? Ele tem que voltar a realidade, ao nosso mundo. Não conseguir identificar objetos, associar palavras a eles, tudo o que você pode pensar que é muito simples ele não conseguia fazer. Um dos principais danos causados foi a falta de percepção, você não conseguir identificar onde está sua perna, seu braço, o que é direta ou esquerda, conseguir ter noção de distância, nada, além de perder a visão do lado direito. Os sentidos foram diretamente afetados e considero esse o principal dano, pelo fato deles serem nosso elo de ligação com o mundo externo. Lembro do texto que falava do tato (uma postagem antiga), o tanto que a privação desse sentido poderia causar até alucinações no paciente do experimento.
            Não podemos esquecer o fato causador disso tudo, a guerra, o quanto que ela pode destruir a vida de uma pessoa. Por mais que pensemos em tudo, é muito difícil imaginar a dimensão dos danos que esse fato pode causar. Semana que vem falarei um pouco mais sobre as consequências disso, até a próxima!


Inspirado em Luria, A.R. (2008) O homem com um mundo estilhaçado. Rio de Janeiro: Vozes. (Texto 15)

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