domingo, 19 de abril de 2015

Boa noite!
No começo dos anos 70, David Rosenhan realizou um experimento em clínicas de psiquiatria, foram recrutados 8 amigos para ajudá-lo. Do que tratava esse experimento? David queria fazer um teste, será que os psiquiatras reconheceriam os sãos em meio aos insanos? Partindo dessa pergunta, todos foram em clínicas psiquiatras diferentes com o objetivo de fingir algum problema psiquiatra e observar se eles seriam descobertos ou internados. Como eles fizeram isso? Rosenhan passou as instruções a todos e consistiam em um único fato, todos eles iriam dizer que ouviam um som e tal som dizia “tum” e a partir daí iam verificar o que aconteceria.
Pelo que eu já vi, não que tenha visto muita coisa, suspeitei que todos seriam internados e realmente foram. Todos os psiquiatras diagnosticaram algo, não necessariamente o mesmo diagnóstico foi identificados em todos, o único problema é que nenhum dos convocados possuía algo, além do “tum” que na verdade não era nada. Os nove ficaram internados durante tempos diferentes, alguns ficaram não muito e outros ficaram bastante até conseguirem mostrar que eram sãos e ainda foram liberados na condição de que não estavam 100% “curados”.
 Robert Spitzer, um psiquiatra, tentou defender a psiquiatria dizendo que não era bem assim que funcionada e criou um novo tipo de “manual” que os psiquiatras utilizavam, era chamado de DSM e funcionava como um guia onde constava vários sintomas de doenças e seguindo isso, os médicos identificavam o problema do paciente. Na época, o DSM II era utilizado, então Spitzer cria o DSM III mudando tudo e deixando-o muito mais completo, com o intuito de defender a psiquiatria que foi colocada em xeque com o experimento de Rosenhan.
Após Robert defender a psiquiatria, Lucy Schellman (um nome fictício) tentou realizar o experimento novamente, porém parece que Spitzer conseguiu melhorar sua área e ela não foi internada em nenhuma das várias clínicas que tentou, mas foi diagnosticada equivocadamente, já que também não possuía nada, e foi receitado alguns remédios.
Isso me faz refletir um pouco. Já parou pra pensar no tanto que uma internação equivocada como as do experimento podem fazer mal para alguém? Nossa mente é frágil, se formos submetidos as mesmas coisas que Rosenhan e seus companheiros foram, poucos conseguem sair do mesmo jeito que entraram, sem nenhum efeito pós internação. E o jeito que os pacientes são tratados? No próprio experimento é relatado o descaso com eles, parecem ser invisíveis ali dentro.
Outro ponto também me chamou a atenção que está ligado ao do parágrafo acima, que foi o fato do foco estar voltado a teoria e não a pessoa. Rogers, no texto 2 mostra sua teoria voltada a pessoa, ele não classifica os tipos de suicidas e sim os trata de forma igual. Acho que faltou isso na psiquiatria, posso estar errado, mas os médicos pouco se preocuparam com os “pacientes” e somente seguiam aquele manual que era o DSM e pronto, tanto que os próprios doentes internados perceberam que Rosenhan e seus companheiros eram sãos. Os internados sim prestaram atenção e perceberam que eles não tinham nada, porém essa responsabilidade é do médico, uma internação assim por trazer consequências irreversíveis na mente de uma pessoa. Quero deixar esse aspecto no meu texto, acho que falta essa preocupação com as pessoas em sim e isso é essencial para nós, seres humanos, vale a pena observar um pouco e analisar se estamos no caminho certo. É isso ai galera, até a próxima! Para quem quer saber um pouco mais, estou colocando uma reportagem que achei no site do G1 sobre diagnósticos errados:



Inspirado em Slater, L.(2004) Mente e Cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro (textos 7 e 11)

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