domingo, 5 de abril de 2015


Boa noite!

Mackworth, durante a segunda Guerra Mundial realizou um projeto com o objetivo de saber como as pessoas reagiriam em um ambiente em que não acontecesse absolutamente nada. Esse projeto surgiu da monotonia que os operadores de radar das patrulhas anti-submarinas trabalhavam. No que consistia esse estudo? 20 jovens do sexo masculino ficavam presos em uma cama confortável, num cubículo iluminado, 24 horas por dia. Luvas de algodão e punhos de papelão restringiam o sentido do tato e um travesseiro em forma de U limitava a audição e nessas condições foi realizado uma bateria de testes. Em praticamente todos os testes, o resultado obtido pelos jovens foi influenciado pela monotonia vivenciada por eles. O tédio era tão perturbador que as pessoas não conseguiam se concentrar em nada durante muito tempo e dependendo do estímulo que recebiam, por exemplo, vídeos sobre espíritos, imaginavam diversas coisas e chegavam a ficar muito perturbadas. Isso me lembra da capacidade que o monge Oser possuía, ele conseguia viver nesse absoluto tédio e estimular as emoções mais positivas.

Essa história de tédio me lembra um pouco da minha infância. Acho que muitos já passaram por isso. Eu tinha 10, 11 anos e uma das coisas que eu mais queria era um videogame exatamente para de tirar do tédio. Eu tinha vários amigos no prédio onde eu morava, mas nem sempre todos estavam em casa ou disponíveis pra fazermos alguma coisa, lembro que isso dava muita agonia, aquelas tardes sem fazer nada e por isso tudo que eu mais queria era um videogame, na época ainda era o Playstation 1 o top de linha. Teve tardes que passava do lado do interfone na espera que alguém ligar e me chamar para fazer alguma coisa, topava tudo, só bastava chamar, qualquer coisa para me tirar daquela monotonia de ficar na cama olhando pro teto já era suficiente.

O texto 4(segundo texto) nos faz lembrar de outra situação também. E quem trabalha nessa monotonia, como por exemplo, os caminhoneiros? Muitos falam que eles usam drogas para conseguir aguentar essa rotina, que não pode, mas lendo esses textos e parando para pensar, deve ser muito difícil aguentar isso. Eu mesmo achava muito ruim ficar sem fazer nada, agora imaginem eles que trabalham apenas dirigindo, vendo aquelas mesmas estradas todos os dias durante meses e sem a opção de não fazer, pois afinal esse é o sustento deles e de suas famílias. O texto aponta um estudo sobre o tato que pode ser muito útil para esses trabalhadores. Ele mostra a importância do tato.

Em meio a vários estudos sobre visão e audição, o sentido do tato, dentre várias outras funções, pode nos tirar do tédio e principalmente evitar acidentes. Gerando estímulos em nossa pele, nós saímos da monotonia dirigindo, por exemplo, o que faz muita diferença para os caminhoneiros, por tornar a viagem mais “agitada” e para nós, evitando acidentes. Eu nunca tinha parado para pensar assim no tédio e na importância do tato, após essa leitura percebi a importância desses dois elementos e vale muito a pena prestar atenção neles. Por hoje é isso que temos, até a próxima!
 
 
Inspirado em Heron, W. (1977) A patologia do tédio. Psicobiologia: as bases biologicas do comportamento. Rio De Janeiro: LTC. (texto 3) e SchropeM. (2001). O novo sentido do tatoNew Scientist2 de Junho, 30-33. (Texto 4)

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